O Flamengo tem atuado de forma decisiva nos bastidores de Brasília para influenciar a votação de uma proposta que pode aumentar a carga tributária das SAFs no futebol brasileiro. A articulação resultou na inclusão de um dispositivo que eleva a alíquota de impostos de 5% para 8,5%, contrariando o texto aprovado anteriormente no Senado.
A mudança foi incorporada ao parecer do deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE), relator do projeto que regulamenta o Comitê Gestor do IBS, novo imposto criado pela reforma tributária. O movimento partiu de uma união de clubes que permanecem como associações, liderada pelo Flamengo, que vê nas SAFs uma vantagem competitiva crescente dentro do futebol nacional.
Nos bastidores, o presidente rubro-negro Rodolfo Landim “Bap” trabalhou diretamente com parlamentares ligados ao clube para que o aumento fosse proposto. A avaliação interna é de que a medida serviria como uma forma de reação ao avanço das SAFs, que hoje contam com benefícios fiscais relevantes em relação aos clubes associativos.
A proposta, no entanto, gerou forte resistência. Diversos clubes que operam sob o modelo de SAF se manifestaram contra o aumento da carga tributária, defendendo a manutenção da alíquota em 5%, definida pelo Senado. Entre os críticos estão Cruzeiro, Atlético-MG, Fortaleza, Coritiba, Cuiabá e América-MG, além da Liga Forte União (LFU), que representa parte significativa dessas equipes.
Em sintonia com os clubes contrários à mudança, o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara, apresentou emendas e destaques com o objetivo de barrar o aumento e manter o percentual original. A disputa promete ser intensa nas próximas votações e escancara um racha cada vez maior entre clubes associativos e SAFs no futebol brasileiro.
Flamengo divide atenção entre Brasília e final internacional
Enquanto acompanha de perto os desdobramentos políticos em Brasília, o Flamengo também mantém o foco esportivo. O clube vive a expectativa da final do Torneio Intercontinental contra o PSG, tentando equilibrar a agenda institucional com a preparação para uma das decisões mais importantes da temporada.
O episódio evidencia que, além das disputas dentro de campo, o futebol brasileiro também trava batalhas decisivas fora dele — agora, no campo político e tributário, com impactos diretos no futuro do modelo de gestão dos clubes.